CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ILHA DA CONVIVÊNCIA
Santo Antônio de Pádua
- RJ
Fevereiro de 2015 • Ano
8 • 25ª Edição
EDITORIAL
Nos últimos 12
anos, a saúde mental no Brasil mudou completamente, e para melhor. Os grandes
manicômios foram substituídos por serviços comunitários abertos, que já são
mais de 2.300 em todo o país, por atendimento nas equipes de saúde da família,
por programas diversos, por um conjunto de ações de formação permanente e uma
enorme ampliação das vagas nas universidades para formação de profissionais de
saúde mental.
Calcula-se que
mais de 40.000 novos profissionais foram incorporados à rede de atenção psicossocial
do SUS, do Oiapoque ao Chuí. Cidades pequenas do interior, que jamais tinham
visto um único profissional de saúde mental, já contam com CAPS em
funcionamento, e Pádua é uma delas. Há muitos problemas a serem resolvidos na
saúde pública e nos serviços de saúde mental. Muitas imperfeições e lacunas a
corrigir, e desafios da gestão do SUS a superar. Mas é inegável que o Brasil
passou por uma radical mudança do modelo de atenção, reconhecida no mundo todo,
ampliando o acesso ao tratamento e abrindo caminho para aprofundar uma saúde
mental de qualidade e respeito aos direitos humanos, no âmbito do SUS e da rede
intersetorial.
Esta edição do
Jornal do CAPS tem a particularidade de contar com a apresentação de textos e
notícias solicitados por pacientes, familiares e profissionais, sobre a saúde e
funcionamentos de nossas unidades. Boa leitura e entre em contato com
sugestões, dicas, queixas e idéias para aperfeiçoarmos nosso trabalho e nossa
prática clínica.
O trabalho é
contínuo, ininterrupto e grandioso! Boa leitura a todos!
LEITOS DE SAÚDE MENTAL EM HOSPITAL
GERAL
Os
leitos de Saúde Mental em Hospitais Gerais são componentes da Rede de Atenção
Psicossocial (RAPS), atuando como pontos de atenção na garantia do acesso dos
usuários à tecnologia hospitalar, particularmente no manejo do cuidado às intercorrências clínicas.
São serviços geograficamente bem localizados, de fácil acesso,
presentes em inúmeros municípios, com propostas de intervenções breves e acesso a recursos clínicos multidisciplinares,
diferentemente do que ocorre no Hospital Psiquiátrico, ou em internações
fechadas em clínicas para dependentes de álcool e outras drogas.
Além disso, contribui para a diminuição do estigma do transtorno mental
e propicia práticas de cuidado mais transparentes. Em nosso município nossa
referencia é o HOSPITAL
HELIO MONTEZANO DE OLIVEIRA.
10 COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER
SOBRE HIPERTENSÃO
Segundo os dados do Ministério da Saúde
(Vigitel 2008), 23,1% dos brasileiros sofrem de pressão alta. Entre os idosos,
esse percentual é ainda maior, equivalendo a uma para cada duas pessoas.
Em geral, as pessoas com hipertensão arterial precisam verificar os níveis de sua pressão de 2 a 4 vezes por dia. Vale lembrar que o diagnóstico da hipertensão somente pode ser feito por um médico. Em todos os casos, os cuidados com a saúde devem ser diários. Confira as 10 coisas que você precisa saber sobre hipertensão arterial:
1 - A hipertensão, ou pressão alta, acontece
quando a pressão arterial, após ser medida por diversas vezes, é igual ou
superior a 14 por 9. Isso acontece porque os vasos por onde o sangue circula se
contraem e fazem com que a pressão do sangue se eleve. Ela é considerada normal
quando a pressão sistólica (máxima) não ultrapassa 130 mmHg e
a diastólica (mínima) é inferior a 85 mmHg.
2 - A pressão arterial pode variar durante o dia. A
tendência é que ela diminua quando estamos dormindo e aumente quando realizamos
esforço físico. Estas situações não querem dizer que você seja necessariamente
um hipertenso, mas o acompanhamento médico é sempre importante nesses casos.
3 - As pessoas acreditam que a pressão arterial só
está alterada quando elas ficam ruborizadas, com raiva, tensas ou animadas.
Isso é um tabu. Embora seja possível que isso aconteça, na maioria dos casos, a
hipertensão não produz sintomas óbvios.
4 - A hipertensão, na maioria das vezes, é uma
herança genética. Entretanto, pode ser desencadeada por hábitos de vida como:
obesidade, ingestão excessiva de sal ou de bebida alcoólica e inatividade
física.
5 - Ela não tem cura, mas pode e deve ser
controlada. O tratamento contínuo pode evitar futuros infartos do coração,
derrames e paralisação dos rins. Ele deve ser feito através de remédios
controladores da pressão e hábitos saudáveis (diminuir a quantidade de sal na
alimentação, bebidas alcoólicas, controlar o peso, fazer exercícios físicos,
evitar o fumo e controlar o estresse).
6 - Qualquer pessoa pode medir a pressão, desde que
esteja apta para isso. Mesmo assim, os profissionais de saúde são os mais
indicados. Para medir a própria pressão é preciso estar em ambiente calmo, após
repouso de 5 minutos, com o braço no qual fará a medição apoiado em uma mesa na altura do coração, as
costas apoiadas na cadeira e os pés encostados no chão. A bexiga deve estar
vazia e a pessoa não pode ter fumado, se alimentado ou ingerido café pelo menos
30 minutos antes da medida.
7
- Existem pessoas que só têm pressão alta quando esta é medida em consultório
médico. Fora do consultório, ela é normal. É a chamada síndrome do avental
branco. Para saber se existe esse tipo de hipertensão, o médico precisa
conhecer a pressão do paciente no consultório e a pressão medida na casa do
paciente ou adotar a monitorização ambulatorial, que mede a pressão durante 24
horas com aparelho automático.
8
- O sal pode interferir no aumento da pressão arterial, já que ele faz o corpo
reter mais líquidos. Porém, não existe a necessidade de os hipertensos se
alimentarem apenas de comida sem sal, basta evitar o exagero. Quem tem pressão
alta deve ficar atento, também, a alimentos ricos em sódio, como os
refrigerantes “zero açúcar”, além de conservas (picles, azeitona, maionese e
ervilha), alimentos embutidos (salsicha, mortadela, lingüiça, presunto, salame
e paio), carnes salgadas (bacalhau, charque, carne-seca e defumados) queijos em
geral, dando preferência a queijo branco ou ricota sem sal.
9
- A prática de exercícios físicos ajuda a baixar a pressão. O exercício físico
adequado não apresenta efeitos colaterais e traz vários benefícios para a
saúde, tais como ajudar a controlar o peso e a pressão arterial, diminuir as
taxas de gordura e açúcar no sangue, elevar o “bom colesterol”, diminuir a
tensão emocional e aumentar a auto-estima. De qualquer maneira, deve-se sempre
seguir orientação médica na hora de praticar exercícios físicos.
10
- A maioria das pessoas tem a pressão ligeiramente diferente em cada braço, por
isso, para manter um controle adequado dos seus níveis é preciso que a medição
seja efetuada sempre no mesmo braço e nas mesmas condições contidas no item 6
desta listagem.
10 COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER
SOBRE DIABETES
O diabetes se
caracteriza pela deficiência de produção e/ou de ação da insulina.
O diabetes tipo 1 é resultante da destruição autoimune das células
produtoras de insulina. O diagnóstico desse tipo de diabetes acontece, em
geral, durante a infância e a adolescência, mas pode também ocorrer em outras
faixas etárias. Já no diabetes tipo 2, o pâncreas produz
insulina, mas há incapacidade de absorção das células musculares e adiposas.
Esse tipo de diabetes é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, acima
do peso, sedentárias, sem hábitos saudáveis de alimentação, mas
também pode ocorrer em jovens.
Confira 10 coisas que você precisa saber sobre os
dois tipos mais comuns de diabetes:
1. No tratamento do diabetes, o ideal é que
a glicose fique entre 70 e 100mg/dL. A partir de 100mg/dL
em jejum ou 140mg/dL duas horas após as refeições, considera-se hiperglicemia e,
abaixo de 70mg/dL,hipoglicemia. Se a glicose permanecer alta demais por muito
tempo, haverá mais possibilidade de complicações de curto e longo prazo. A
hipoglicemia pode causar sintomas indesejáveis e com complicações que merecem
atenção.
2. Tanto insulina, quanto medicação
oral podem ser usadas para o tratamento do diabetes. A insulina é
sempre usada no tratamento de pacientes com diabetes tipo 1, mas também pode
ser usada em diabetes gestacional e diabetes tipo 2 (quando o pâncreas começa a
não produzir mais insulina em quantidade suficiente). A medicação oral é
usada no tratamento de diabetes tipo 2 e, dependendo do princípio ativo, tem o
papel de diminuir a resistência à insulina ou de estimular o pâncreas a
produzir mais desse hormônio.
3. A prática de exercícios pode ajudar a
controlar a glicemia e a perder gordura corporal, além de aliviar o estresse.
Por isso, pessoas com diabetes devem escolher alguma atividade
física e praticar com regularidade, sob orientação médica e de um profissional
de educação física.
4. A contagem de carboidratos se mostra
muito benéfica para quem tem diabetes. Os carboidratos têm o maior efeito
direto nos níveis de glicose, e esse instrumento permite mais variabilidade e
flexibilidade na alimentação, principalmente para quem usa insulina, pois a
dose irá variar conforme a quantidade de carboidratos. Isso acaba com a rigidez
no tratamento de antigamente, quando as doses de insulina eram fixas, e a
alimentação também devia ser. É importante ter a orientação de
um nutricionista.
5.
As tecnologias têm ajudado no tratamento do diabetes. Os aparelhos vão desde
os glicosímetros (usados para medir a glicose no sangue)
até bombas de infusão de insulina e sensores contínuos de
monitorização da glicose.
6.
Se o diabetes não for tratado de forma adequada, podem surgir complicações,
como retinopatia, nefropatia, neuropatia, pé
diabético, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, entre
outros. Se o paciente já estiver com diagnóstico de complicação crônica,
há tratamentos específicos para ajudar a levar uma vida normal.
7.
A educação em diabetes é muito importante para o tratamento. Não só o paciente
precisa ser educado, mas também seus familiares e as pessoas que convivem com
ele. Assim, o paciente pode ter o auxílio e o suporte necessários para um bom
tratamento e tomar as decisões mais adequadas com base em conhecimento.
8.
Muitos casos de diabetes tipo 2 podem ser evitados quando se está dentro do
peso normal, com hábitos alimentares saudáveis e com prática regular de
atividade física.
9.
O fator hereditário é mais determinante no diabetes tipo 2. Ainda se
estuda o que desencadeia o diabetes tipo 1 e, por enquanto, as infecções,
principalmente virais, parecem ser as maiores responsáveis pelo desencadeamento
do processo autoimune. No tipo 2, os casos repetidos de diabetes em uma mesma
família são comuns, enquanto a recorrência familiar do diabetes tipo 1 é muito
pouco freqüente.
10.
Ainda não há cura para o diabetes. Porém, estão sendo realizados estudos
que, no futuro, podem levar à cura. Para o diabetes tipo 1, está sendo estudada
a terapia com células-tronco em pacientes recém-diagnosticados. Já
para o diabetes tipo 2, os estudos com a cirurgia de redução de estômago
(gastroplastia) têm mostrado aparentes bons resultados, mesmo em pacientes que
não estão acima do peso. Salienta-se que esses métodos ainda são absolutamente
experimentais.
Fonte:
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
O SERVIÇO RESIDÊNCIAL TERAPÊUTICO
O Serviço
Residencial Terapêutico - SRT ou Residência Terapêutica ou simplesmente
"moradia" – são casas localizadas no espaço urbano, constituídas para
responder às necessidades de moradia de pessoas portadoras de transtornos
mentais graves, institucionalizadas ou não. O número de usuários pode variar
desde 1 indivíduo até um pequeno grupo de no máximo 8 pessoas, que deverão
contar sempre com suporte profissional sensível às demandas e necessidades de
cada um.
O suporte de
caráter interdisciplinar (seja o CAPS de referência, seja uma equipe da atenção
básica, sejam outros profissionais) deverá considerar a singularidade de cada
um dos moradores, e não apenas projetos e ações baseadas no coletivo de
moradores. O acompanhamento a um morador deve prosseguir, mesmo que ele mude de
endereço ou eventualmente seja hospitalizado. O processo de reabilitação
psicossocial deve buscar de modo especial a inserção do usuário na rede de
serviços, organizações e relações sociais da comunidade. Ou seja, a inserção em
um SRT é o início de longo processo de reabilitação que deverá buscar a
progressiva inclusão social do morador.
PORTARIA Nº 3.088,
DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011
Institui a Rede de Atenção Psicossocial para
pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do
uso de crack, álcool e outras drogas,
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Em seu Artigo 10 destaca que são pontos de atenção
na Rede de Atenção Psicossocial na atenção hospitalar os seguintes serviços:
I
- enfermaria especializada para atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno
mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas,
em Hospital Geral, oferece tratamento hospitalar para casos graves relacionados
aos transtornos mentais e ao uso de álcool, crack e outras drogas, em especial
de abstinências e intoxicações severas;
II
- serviço Hospitalar de Referência para Atenção às pessoas com sofrimento ou
transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e
outras drogas oferece suporte hospitalar, por meio de internações de curta
duração, para usuários de álcool e/ou outras drogas, em situações assistenciais
que evidenciarem indicativos de ocorrência de comorbidades de ordem clínica
e/ou psíquica, sempre respeitadas as determinações da Lei nº 10.216, de 6 de
abril de 2001, e sempre
acolhendo os pacientes em regime de curtíssima ou curta permanência. Funciona
em regime integral, durante vinte e quatro horas diárias, nos sete dias da
semana, sem interrupção da continuidade entre os turnos.
O CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
Os CAPS possuem
caráter aberto e comunitário, dotados de equipes multiprofissionais e
transdisciplinares, realizando atendimento a usuários com transtornos mentais
graves e persistentes, a pessoas com sofrimento e/ou transtornos mentais em
geral sem excluir aqueles decorrentes do uso de crack álcool ou outras drogas.
O
CAPS ILHA DA CONVIVÊNCIA é um CAPS do tipo I e recebe pessoas
de todas as faixas etárias que apresentam prioritariamente intenso sofrimento
psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo
aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras situações
clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de
vida.
Praça Monsenhor Diniz, s/nº
- Centro
Santo Antônio de
Pádua - RJ - CEP: 28470-000
Tel.: (22) 3851 0474
E-mail: saudementalpadua@gmail.com
Internet: www.jornaldocaps.zip.net
Diretor Geral do Departamento de Saúde
Mental:
Allan
de Aguiar Almeida
Secretário de Saúde:
Eneas Chaves de Oliveira
Prefeito:
Josias Quintal de Oliveira
JORNAL DO CAPS
► Toda a renda adquirida com a venda e
patrocínio do JORNAL DO CAPS é dividida para os usuários participantes desta
oficina terapêutica.
Edições Anteriores em http://jornaldocaps.zip.net/
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